Revista médica e científica internacional dedicada a profissionais e estudantes de medicina veterinária.
Veterinary Focus

Número da edição 33.1

Disbiose do microbioma canino

Publicado 20/01/2023

Escrito por Jan Suchodolski

Disponível em Français , Deutsch , Italiano , Română , Español , English e 한국어

É cada vez mais reconhecido que a disfunção do microbioma intestinal pode estar na raiz de muitos distúrbios gastrointestinais. Neste artigo, são descritos os métodos de diagnóstico e as opções de tratamento para os casos de disbiose.

Muitos médicos-veterinários realizam rotineiramente o envio de uma amostra fecal para cultura e antibiograma quando investigam um caso de cão com diarreia

Pontos-chave

O microbioma intestinal é um órgão metabólico que exerce um grande impacto na saúde do hospedeiro.


A disbiose é um marcador precoce de um ambiente intestinal anormal, sendo necessário o tratamento da doença subjacente para sua resolução a longo prazo.


A modificação nutricional deve ser a primeira linha de tratamento da disbiose associada a enteropatias crônicas, pois, além de ser geralmente eficaz do ponto de vista clínico, tem efeitos colaterais mínimos.


O transplante de microbiota fecal é um tratamento potencial emergente para a disbiose, mas seu uso em cães ainda está em fase de teste.


Introdução

O microbioma intestinal é o nome utilizado para designar o genoma coletivo de todos os microrganismos (ou seja, bactérias, vírus, fungos e protozoários) presentes no trato gastrointestinal (GI), sendo as bactérias o constituinte mais abundante. O microbioma pode ser considerado como parte do sistema imunológico, assim como uma entidade metabólica, já que as bactérias produzem metabólitos que afetam tanto o trato GI como outros órgãos do corpo. Disbiose é o termo usado para descrever as mudanças que ocorrem no microbioma em caso de doença e envolve uma redução na diversidade do microbioma (por exemplo, menor número de bactérias diferentes), modificações nas quantidades de bactérias e alterações funcionais (por exemplo, produção alterada de metabólitos bacterianos). De modo geral, a disbiose ocorre secundariamente a doenças subjacentes no intestino e contribui para o aparecimento de sinais clínicos em alguns pacientes 1por conta disso, trata-se de um marcador adicional para enteropatias, devendo ser avaliado juntamente com o histórico geral e a apresentação clínica do paciente. A terapia para disbiose deve ter como objetivo abordar a doença subjacente, com o manejo da dieta como a primeira linha de tratamento.

Função do microbioma

As bactérias sintetizam nutrientes por via direta (vitaminas) ou convertem componentes da dieta (fibras, proteínas, gorduras) ou do hospedeiro (ácidos biliares) em metabólitos bacterianos e, portanto, a microbiota exerce muitos efeitos benéficos  no hospedeiro. Entre os metabólitos bacterianos mais importantes, destacam-se os ácidos graxos de cadeia curta, os indóis e os ácidos biliares secundários. Os efeitos desses metabólitos são diversos, incluindo ações anti-inflamatórias, modulação da motilidade intestinal, inibição de enteropatógenos, melhora da função da barreira intestinal e aumento da produção de mucina 2. A disbiose, que frequentemente é secundária a vários fatores luminais (ou seja, relacionados com o lúmen intestinal, Quadro 1), leva à alteração da função da microbiota, o que então contribui para o desenvolvimento de sinais clínicos 1Os ácidos biliares intestinais são de particular interesse na regulação da microbiota. Em suma, os ácidos biliares primários (ácidos cólico e quenodesoxicólico) são liberados no intestino delgado após a ingestão de alimento para auxiliar na digestão da gordura. Até 95% dos ácidos biliares são reabsorvidos no íleo pela circulação entero-hepática 3, e o restante chega ao cólon, onde são convertidos por bactérias (principalmente Clostridium hiranonis em cães e gatos) em ácidos biliares secundários 4. Essa conversão tem importantes consequências para a saúde, pois os ácidos biliares secundários, na quantidade correta, têm efeitos benéficos. Eles atuam como agonistas de sinalização de vários receptores em diversos órgãos, induzindo efeitos anti-inflamatórios e hipoglicemiantes (i. e., redução da glicose), além de supressão de enteropatógenos 5.

Quadro 1. Condições e fatores associados à disbiose intestinal.

•  Insuficiência pancreática exócrina, levando à presença de alimentos não digeridos no lúmen do trato GI
•  Enteropatias crônicas, em que o processo de inflamação intestinal promove condições aeróbicas e alterações no pH ao nível da mucosa
•  Antibióticos de amplo espectro (por exemplo, tilosina, metronidazol), os quais reduzem a concentração intestinal normal de bactérias anaeróbias
•  Antiácidos, os quais diminuem a secreção de ácido gástrico
•  Anormalidades anatômicas
•  Desordens de motilidade

 

Avaliação do microbioma

Embora existam diversos métodos para avaliar o microbioma de um cão, alguns deles são mais eficazes que outros. 

Cultura bacteriana

Apesar de ainda ser utilizada por muitos médicos-veterinários para o diagnóstico de disbiose, a cultura bacteriana de fezes não é útil para a avaliação do microbioma, pois a maioria das bactérias intestinais são anaeróbias estritas que exigem meios de cultura especiais para crescer (Figura 1). Consequentemente, apenas uma pequena porcentagem de espécies bacterianas pode ser obtida em cultura por laboratórios de diagnóstico. Em um estudo recente, diferentes alíquotas (amostras) fecais de cães saudáveis e cães com diarreia crônica foram enviadas a três laboratórios veterinários de referência para a avaliação de disbiose 6Além de não haver concordância nos resultados da cultura entre os laboratórios, a disbiose, na verdade, foi relatada com maior frequência no grupo de cães saudáveis. Esse estudo demonstra que a cultura bacteriana não deve ser utilizada para avaliar a microbiota em cães com diarreia crônica, exceto no caso de patógenos específicos, como Salmonella spp.

Muitos médicos-veterinários realizam rotineiramente o envio de uma amostra fecal para cultura e antibiograma quando investigam um caso de cão com diarreia

Figura 1. Muitos médicos-veterinários realizam rotineiramente o envio de uma amostra fecal para cultura e antibiograma quando investigam um caso de cão com diarreia, mas isso não tem utilidade para a avaliação do microbioma, pois a maioria das bactérias intestinais são anaeróbias estritas que exigem meios de cultura especiais para crescer; além disso, esse tipo de exame fornecerá apenas informações limitadas (e, às vezes, enganosas).

Créditos: Shutterstock

Sequenciamento molecular dos genes 16S RNAr 

Técnicas moleculares baseadas no sequenciamento de genes 16S RNAr fornecem informações completas e abrangentes sobre a composição microbiana de uma amostra fecal, sendo utilizadas no âmbito da pesquisa. Embora existam várias empresas que oferecem o método de sequenciamento disponível no mercado para a avaliação do microbioma de cada animal, atualmente não existem uma técnica padronizada (por exemplo, extração de DNA, uso de primers de PCR) entre os laboratórios. Por não haver intervalos de referência definidos para os animais e pelo fato de cada laboratório fornecer informações diferentes em seus relatórios, a interpretação dos resultados é algo complexo. Além disso, a variação entre os ensaios é comum, e não foi estabelecida uma validação analítica para esses ensaios; hoje, portanto, não é recomendável a avaliação do microbioma com base na técnica de sequenciamento para cada paciente.

Índice de disbiose da microbiota canina

O índice de disbiose é um teste quantitativo baseado na técnica de PCR, disponível atualmente no mercado na América do Norte e na Europa e muito utilizada em estudos clínicos 4,7uma vez que se trata do único ensaio validado para avaliar a disbiose do microbioma canino*. O índice de disbiose mede os níveis de sete grupos de bactérias intestinais (Quadro 2), os quais costumam estar alterados em cães com enteropatias crônicas ou após o uso de antibióticos de amplo espectro (por exemplo, tilosina, metronidazol) 8,9. O ensaio fornece intervalos de referência para esses grupos bacterianos e combina os dados em um único número que expressa a extensão da disbiose (Figura 2); um índice de disbiose entre 0 e 2 representa um desvio moderado na microbiota, enquanto um índice de disbiose > 2 indica uma alteração importante. A sensibilidade e a especificidade do método estão exibidas no Quadro 3.

* https://tx.ag/DysbiosisGI

Quadro 2. Os sete grupos bacterianos incluídos no Índice de Disbiose canina e como seus níveis se alteram na disbiose.

Grupo bacteriano Alteração na disbiose
Faecalibacterium spp.
Turicibacter spp.
Blautia spp.
Fusobacterium spp.
C. hiranonis
Streptococcus spp.
E. coli

 

Quadro 3. A sensibilidade e a especificidade do Índice de Disbiose para enteropatias crônicas; um índice de disbiose entre 0-2 representa uma alteração moderada na microbiota, enquanto acima de 2 indica uma mudança relevante.

Índice de disbiose Sensibilidade Intervalo de confiança (95%) Especificidade Intervalo de confiança (95%)
-1 0.82 0.73-0.88 0.91 0.84-0.96
0 0.74 0.65-0.82 0.95 0.89-0.98
2 0.63
0.53-0.72
1 0.96-1.00

 

O índice de disbiose também prevê, ao avaliar a concentração de C. hiranonis, a capacidade da microbiota intestinal de converter ácidos biliares primários em ácidos biliares secundários 4. Quantidades normais de ácidos biliares secundários são antimicrobianos e suprimem enteropatógenos em potencial, tais como C. difficile, C. perfringens e E. coli 10, sde tal modo que os níveis reduzidos de C. hiranonis e a conversão diminuída de ácidos biliares estão fortemente associados à disbiose intestinal e à proliferação (i. e., supercrescimento) de enteropatógenos em cães (Figura 2) 4,7,8,11A identificação de alguns ou todos esses enteropatógenos em um cão com diarreia sugere crescimento excessivo devido a uma disbiose subjacente secundária à enteropatia crônica, em vez de uma infecção primária. Até 60% dos cães com enteropatia crônica apresentam níveis reduzidos de C. hiranonis e, portanto, redução dos ácidos biliares secundários 12.

O gráfico mostra a diferença no Índice de Disbiose em uma coorte (grupo) de cães com enteropatias crônicas, quando comparados a cães normais

Figura 2. O gráfico mostra a diferença no Índice de Disbiose em uma coorte (grupo) de cães com enteropatias crônicas, quando comparados a cães normais 7Quanto maior o índice de disbiose, mais alterado estará o microbioma; o índice de disbiose > 2 tem uma alta especificidade para um microbioma anormal, enquanto valores entre 0 e 2 são duvidosos. Um índice de disbiose mais alto geralmente se caracteriza por uma menor diversidade e mais táxons bacterianos fora dos intervalos de referência; aqui, as diferentes cores indicam o número de táxons bacterianos fora do intervalo de referência (preto 0, azul 1, roxo 2, laranja 3, vermelho > 3). No entanto, alguns cães apresentam todos os táxons dentro dos intervalos de referência, mas o índice de disbiose aumenta devido a desvios anormais dentro dos intervalos de referência (pontos pretos) (imagem à esquerda).

Os dados obtidos a partir das mesmas duas coortes de cães ilustram como os níveis de C. hiranonis exercem um efeito importante sobre o microbioma. Os pontos em vermelho indicam níveis diminuídos dessa bactéria e, portanto, uma menor conversão de ácidos biliares intestinais primários em secundários, o que leva a um desvio anormal no microbioma (imagem à direita).

O microbioma em caso de doença

A Tabela 1 resume as diversas formas pelas quais as bactérias intestinais podem contribuir para o surgimento de enfermidades, embora as doenças subjacentes variem entre cada paciente, dependendo da localização e da gravidade do dano intestinal. A microbiota está em contato com a camada de muco do intestino, o sistema imunológico e os substratos luminais, e alterações em um ou mais deles afetarão a composição da microbiota. Por esse motivo, a disbiose é frequentemente um marcador precoce de um ambiente intestinal anormal em caso de doença (Figura 3).

Tabela 1. Mecanismos pelos quais as bactérias contribuem para a doença GI.

Principais tipos de disbiose Possíveis consequências

Substrato anormal (por exemplo, nutrientes não digeridos, medicamentos) no lúmen intestinal

Aumento de metabólitos bacterianos que causam diarreia

Função deficiente da microbiota devido à perda de bactérias comensais (por exemplo, C. hiranonis)

Proliferação de enteropatógenos pela conversão reduzida de ácidos biliares primários em secundários

Ausência de metabólitos anti-inflamatórios

Aumento da carga bacteriana total no intestino delgado

Aumento de metabólitos microbianos, causando diarreia

Aumento da resposta imune inflamatória

Aumento de bactérias aderidas à mucosa

Aumento da resposta imune inflamatória

 

Uma disbiose restrita principalmente ao lúmen intestinal costuma estar presente em pacientes com insuficiência pancreática exócrina 13, após tratamento com antibióticos de amplo espectro, 8,9ou em animais mais jovens em função de um sistema imunológico imaturo. As enteropatias crônicas são acompanhadas por inflamação e destruição da camada de muco e da estrutura da mucosa, levando à presença de mais oxigênio na superfície da mucosa, ao aumento do número de bactérias aeróbicas (E. coli) e à diminuição da flora anaeróbica normal. A perda da arquitetura da mucosa que ocorre em casos de enteropatia crônica leva à falta de moléculas de transporte para carboidratos, aminoácidos, ácidos graxos e ácidos biliares, resultando em má-absorção desses compostos 14. A maior concentração desses substratos no lúmen do trato gastrointestinal (GI) pode levar diretamente à diarreia osmótica ou secretora, bem como à proliferação bacteriana.

Devido à ruptura da camada de muco que reveste o epitélio, os cães com enteropatia crônica frequentemente apresentam um número aumentado de bactérias aderidas à mucosa 15Isso está ligado a uma redução no C. hiranonis e, portanto, a uma conversão anormal de ácidos biliares, permitindo uma proliferação secundária de C. difficile e C. perfringens, o que pode levar a um aumento nas respostas pró-inflamatórias do hospedeiro.

O trato intestinal na saúde e na doença

Figura 3. O trato intestinal na saúde e na doença. Um intestino saudável (a) caracteriza-se por um microbioma equilibrado, com uma camada de muco (que, no caso, separa as bactérias luminais das células epiteliais), uma barreira epitelial impermeável e um sistema imunológico equilibrado. Em caso de enteropatia crônica (b), podem ocorrer diversas alterações, e todas elas podem contribuir potencialmente para o desenvolvimento de sinais clínicos; por essa razão, a terapia deve ter múltiplas modalidades. As alterações incluem:

  • disbiose do microbioma;
  • perda de muco, com a consequente adesão (i. e., fixação) de bactérias luminais às células epiteliais, estimulando citocinas pró-inflamatórias;
  • ruptura da barreira epitelial, levando à translocação de antígenos alimentares e bacterianos, o que também ativa o sistema imunológico;
  • perda de moléculas de transporte na borda em escova, o que leva à má-absorção de nutrientes e à consequente proliferação de bactérias.
     
Jan S. Suchodolski

A modificação da dieta é o tratamento de primeira linha preferido em doenças intestinais, pois esse método não tem nenhum impacto negativo sobre a microbiota do intestino.

Jan S. Suchodolski

Uma abordagem diagnóstica para a disbiose

Como a disbiose costuma se desenvolver secundariamente a uma mudança no ambiente do intestino em caso de doença intestinal e/ou a uma modificação de fatores relacionados com o ambiente, ela deve ser avaliada juntamente com o histórico medicamentoso do paciente e a apresentação clínica do quadro. A interpretação dos resultados do índice de disbiose deve ser feita levando em conta a concentração individual de cada táxon bacteriano, e especialmente do C. hiranonis, pois sua diminuição é um dos principais fatores que contribuem para um microbioma anormal. Um índice de disbiose acima de 2 indica disbiose com alta especificidade, enquanto um índice de disbiose na faixa duvidosa sinaliza uma pequena mudança no microbioma fecal. Alguns cães com enteropatia crônica podem ter um índice de disbiose < 0, mas com alguns táxons bacterianos fora dos intervalos de referência, e isso representa uma forma leve de disbiose. Em geral, um índice de disbiose anormal sugere doença intestinal subjacente e, por essa razão, fica indicada uma avaliação em busca de enteropatia crônica.

Note que alguns medicamentos podem influenciar o índice de disbiose. Por exemplo, o omeprazol pode levar a um aumento transitório do índice de disbiose, mas sem elevação da concentração de C. hiranonis, e esse índice normaliza 1-2 semanas após o término do tratamento. Antibióticos de amplo espectro (por exemplo, metronidazol e tilosina) podem induzir a uma disbiose fecal grave (Figura 4), mas novamente a microbiota costuma normalizar dentro de 2-4 semanas após o término da administração na maioria dos cães, embora alguns indivíduos possam ter uma disbiose persistente com falta de C. hiranonis por vários meses 8,11.

O efeito da transição alimentar e do metronidazol sobre o microbioma intestinal em cães saudáveis

Figura 4. O efeito da transição alimentar e do metronidazol sobre o microbioma intestinal em cães saudáveis (de 8). Uma dieta com proteínas hidrolisadas (fornecida entre as semanas 0-6) tem efeitos mínimos sobre a microbiota intestinal, enquanto o metronidazol (administrado nas semanas 7 e 8) induz a uma disbiose significativa, e alguns cães ainda conservam uma composição anormal do microbioma após a suspensão do medicamento (semanas 10-12). A modificação da dieta é, portanto, o tratamento de primeira linha preferido em doenças intestinais, pois esse método não exerce nenhum impacto negativo sobre a microbiota intestinal, especialmente quando comparado ao metronidazol.

As alterações na composição da microbiota no intestino delgado frequentemente levam a alterações detectáveis no microbioma fecal, conforme avaliado pelo índice de disbiose. Contudo, em alguns pacientes, um maior número de bactérias no intestino delgado pode causar doença. Sugere-se a presença de disbiose do intestino delgado se as concentrações séricas de folato estiverem aumentadas e a cobalamina sérica estiver diminuída em um painel GI, mas é preciso levar em conta que ambos os marcadores têm baixa sensibilidade e especificidade.

Tratamento de disbiose 

Muitas vezes, a disbiose é apenas um dos componentes da doença intestinal e, em geral, é necessária a instituição de múltiplas modalidades terapêuticas para tratar a causa subjacente. Em alguns casos, como em animais com insuficiência pancreática exócrina, o tratamento com a suplementação de enzimas pancreáticas leva à melhora dos sinais clínicos e, com frequência, o microbioma intestinal normaliza após várias semanas 13, em cães com enteropatia crônica, no entanto, não há marcadores capazes de predizer qual tratamento é melhor para cada paciente individualmente. Por essa razão, frequentemente há necessidade de ensaios terapêuticos graduais e escalonados 16As terapias para a disbiose incluem modificação da dieta, prebióticos e probióticos, antimicrobianos e transplante de microbiota fecal, e cada uma dessas abordagens atua sobre um mecanismo diferente (Tabela 2). Portanto, a combinação de vários tratamentos leva à obtenção dos melhores resultados.

Tabela 2. Opções terapêuticas para a disbiose.

Tratamento Provável mecanismo Possíveis efeitos colaterais
Modificações na dieta
  • Uma dieta de alta digestibilidade implica menor quantidade de substratos residuais disponíveis para a proliferação bacteriana

  • Uma dieta de eliminação (com ingredientes novos ou hidrolisados) suprime a presença de antígenos alimentares em caso de doença imunomediada subjacente

  • Nenhum (se não houver sensibilidades alimentares)

Prebióicos/fibras
  • Crescimento de bactérias benéficas

  • Conversão dos prebióticos em ácidos graxos de cadeia curta

  • Quelação dos metabólitos bacterianos nocivos pelas fibras

  • As fibras solúveis/fermentáveis podem causar a princípio flatulência e diarreia

Probióticos
  • Podem melhorar a função imunomoduladora da barreira intestinal

  • Os efeitos colaterais são raros, mas muitas vezes não está claro que cepa seria a melhor para cada paciente

Antibióticos
  • Redução da carga bacteriana total e/ou das bactérias aderidas à mucosa

  • Mudanças da microbiota a longo prazo 

  • Novo crescimento da carga bacteriana após a suspensão do medicamento

  • Maior resistência antimicrobiana

Transplante de microbiota fecal
  • Alteração da microbiota do lúmen intestinal

  • A eficácia depende da doença subjacente, mas os efeitos colaterais são raros 

  • Efeitos mínimos sobre as bactérias aderidas à mucosa
  • Recorrência da disbiose quando a inflamação concomitante ainda está presente

 

As modificações na dieta sempre devem ser a primeira opção de tratamento em pacientes estáveis. Em vários estudos, foi demonstrado que entre 50-70% dos cães com enteropatia crônica são responsivos a estratégias nutricionais 16, e as dietas de alta digestibilidade contendo proteínas novas ou hidrolisadas costumam ser mais utilizadas. A maioria dessas dietas são hipoalergênicas e, por serem muito digeríveis,  reduzem a quantidade de nutrientes não digeridos no lúmen GI, diminuindo o potencial de proliferação bacteriana. Na maioria dos casos de enteropatia responsiva a alimentos, a mudança na dieta por si só é suficiente para alcançar a remissão clínica, levando à melhora gradual da inflamação intestinal e da disbiose ao longo de alguns meses 10,17

Os probióticos podem ser administrados de forma isolada em casos brandos (leves) ou em conjunto com a modificação da dieta. Como a concentração bacteriana de qualquer probiótico é pequena quando comparada à microbiota intestinal existente, essas bactérias têm um impacto direto menor sobre a composição da microbiota. No entanto, elas se aderem à mucosa e podem exercer efeitos benéficos, incluindo a menor duração da diarreia aguda e a redução dos efeitos colaterais gastrointestinais associados a antibióticos, como vômito ou diarreia 18. Os probióticos de múltiplas cepas e de alta potência demonstraram reduzir o número de C. perfringens em cães com diarreia hemorrágica aguda 19 e fortalecer a barreira intestinal em outros com enteropatia crônica 20. Entretanto, dada a variedade de produtos comerciais sem um controle de qualidade adequado, é importante escolher uma preparação cuja eficácia tenha sido comprovada em estudos clínicos publicados.

Os prebióticos são carboidratos não digeríveis que promovem o crescimento de microrganismos benéficos, podendo ser divididos em fibras solúveis ou insolúveis e fermentáveis ou não fermentáveis. Os prebióticos fermentáveis são convertidos em ácidos graxos de cadeia curta pela ação das bactérias presentes no cólon. A maioria das dietas GI disponíveis no mercado contém prebióticos, mas para algumas doenças (por exemplo, colite) as dietas ricas em fibras podem ser benéficas. A adição de casca de psyllium, uma fibra solúvel, à dieta a uma dose de 0,5-1 g/kg de peso corporal por dia pode melhorar a qualidade das fezes em animais com doença do intestino grosso. O produto deve ser introduzido em pequenas quantidades e aumentado progressivamente até obter a consistência fecal desejada.

Antibióticos, como tilosina ou metronidazol, são tradicionalmente recomendados para o tratamento de enteropatia crônica, mas atualmente há controvérsias sobre o uso desses agentes como tratamento de primeira linha 16. Embora eles possam levar a uma melhora nos sinais clínicos, presumivelmente devido a uma redução da carga bacteriana, os pacientes costumam apresentar recidiva após o tratamento, uma vez que as bactérias voltam a se desenvolver, já que os antibióticos raramente solucionam o processo patológico subjacente 15,21,22. As opções comumente utilizadas incluem metronidazol (10-15 mg/kg a cada 12 horas) e tilosina (25 mg/kg a cada 12 horas) por 4 a 6 semanas, mas, conforme observado anteriormente, ambos os medicamentos demonstraram induzir a disbiose no intestino grosso ¾ que, algumas vezes, pode durar meses 8,9,11. Estudos relatam que o metronidazol favorece o desenvolvimento de uma disbiose duradoura em cães com diarreia aguda 11, enquanto a amoxicilina-ácido clavulânico pode estimular um aumento de E. coli resistente 23. De modo geral, a antibioticoterapia não é recomendada como tratamento de primeira linha em casos de enteropatia crônica por uma série de razões – (a) apenas 10-16% dos cães com esse tipo de enteropatia são responsivos a antibióticos, (b) a maioria dos casos recidiva após a suspensão do tratamento, e (c) os medicamentos têm efeitos negativos sobre o microbioma. No entanto, a antibioticoterapia é uma opção que deve ser considerada quando não se obtém uma resposta satisfatória com a dieta ou o tratamento anti-inflamatório ou em pacientes com sinais de inflamação sistêmica 16bem como com invasão e persistência de bactérias na mucosa intestinal (por exemplo, colite granulomatosa associada a E. coli). Um pequeno subgrupo de cães com enteropatia crônica pode não responder a nenhum outro tratamento, caso em que a administração de antibióticos a longo prazo pode ser necessária, reduzindo a dosagem até a dose mínima efetiva.

O transplante de microbiota fecal pode ajudar a restabelecer a microbiota normal e melhorar os sinais clínicos 11 em alguns casos de disbiose. A técnica envolve a transferência de fezes de um doador saudável para o intestino de um receptor por meio de cápsulas orais, endoscopia ou enema (Figuras 5 e 6). Em seres humanos, o transplante de microbiota fecal tem uma alta taxa de sucesso (> 90%) em caso de infecção contagiosa e recorrente por C. difficile, mas tem um êxito mais limitado para enteropatia intestinal em virtude da inflamação crônica subjacente no intestino.

Preparação de uma amostra para transplante de microbiota fecal

Figura 5. Preparação de uma amostra para transplante de microbiota fecal, com a mistura das fezes de um cão doador com solução salina em liquidificador.

Créditos: Ewan McNeill

O transplante de microbiota fecal é realizado administrando-se a mistura de material fecal ao cão receptor sob a forma de enema, com o uso de cateter e seringa.

Figura 6. O transplante de microbiota fecal é realizado administrando-se a mistura de material fecal ao cão receptor sob a forma de enema, com o uso de cateter e seringa.

Créditos: Ewan McNeill

O transplante de microbiota fecal em animais ainda é uma terapia emergente. Um protocolo simples está exposto no Quadro 4, embora até o momento existam poucos casos publicados, e parece que o sucesso depende da doença subjacente 24. A técnica ajuda a restaurar o metabolismo dos ácidos biliares, ao favorecer a população de C. hiranonis (Figura 7); por isso, tal técnica pode ser útil em cães com uma conversão anormal de ácidos biliares por proliferação associada a enteropatógenos como C. difficile ou C. perfringens e/ou em animais com disbiose induzida por antibióticos e leves danos subjacentes à mucosa intestinal. O transplante de microbiota fecal também demonstrou melhorar os escores fecais em casos de diarreia aguda e, quando utilizado como adjuvante à terapia antimicrobiana-padrão, em filhotes caninos com infecção por parvovírus e em cães jovens com diarreia crônica por uma infecção confirmada por C. difficile 25.

Quadro 4. Protocolo de transplante de microbiota fecal via enema (com base na referência de número 24).

  • O doador deve ser saudável, sem histórico prévio de doença gastrointestinal ou de exposição recente a antibióticos, e não deve apresentar sinais de doença sistêmica. As fezes do doador devem ser submetidas à triagem em busca de parasitas e enteropatógenos, bem como avaliadas previamente utilizando o índice de disbiose (uma vez que alguns cães clinicamente saudáveis carecem de bactérias C. hiranonis, necessárias para a conversão adequada dos ácidos biliares).

  • Armazenamento – as fezes podem ser frescas ou mantidas refrigeradas a 4°C por até 1 semana em sacos plásticos. Quando as fezes tiverem de ser congeladas por mais tempo, devem-se misturar as fezes com glicerol antes do congelamento para conservar as bactérias (10 gramas de fezes com 35 mL de solução salina e 5 mL de glicerol, congeladas em alíquotas de 50 mL).

Materiais necessários: solução de NaCl a 0,9%, cateter de borracha vermelha de calibre 12 ou 14 French, seringas de 60 mL para irrigação da ponta do cateter, liquidificador, fezes de doador, lubrificante não bacteriostático.

  1. Calcule a quantidade de fezes necessária, aproximadamente 5 gramas por kg de peso corporal.

  2. Adicione cerca de 60 mL de solução de NaCl a 0,9% a um liquidificador, depois incorpore as fezes frescas ou congeladas e misture em alta potência até que as fezes estejam liquefeitas, sem deixar nenhuma parte sólida visível. Para cães de porte muito grande, talvez seja necessário um volume maior de solução salina para obter fezes suficientemente liquefeitas.

  3. Utilize a seringa para extrair a mistura e conecte o cateter de borracha. Pressione o êmbolo da seringa até que o material fecal apareça na ponta do cateter – isso garante que nenhum ar seja introduzido no cólon do receptor.

  4. Introduza totalmente o cateter no cólon e, em seguida, administre o enema. O cão receptor não precisa ser sedado.

  5. Após o transplante, se possível, o cão receptor deve ficar em jejum por 4-6 horas e sem realizar nenhuma atividade, para diminuir as chances de evacuação prematura.

 

Em cães com enteropatia crônica, a disbiose é frequentemente um efeito secundário da inflamação intestinal e do dano estrutural, e a recidiva da disbiose e dos sinais clínicos ocorrerá se a doença subjacente não for erradicada. O transplante de microbiota fecal, portanto, tem uma taxa de sucesso muito variável em casos de enteropatia crônica. Em alguns relatos, foi sugerido que o escore fecal de muitos cães com enteropatias crônicas melhora dentro de 2-3 dias do tratamento, mas após algumas semanas os cães voltam a apresentar diarreia recorrente. Por essa razão, nesses pacientes, é necessário instituir um tratamento nutricional e anti-inflamatório adequado do processo patológico subjacente (ver anteriormente), e o transplante de microbiota fecal pode ser considerado como tratamento adjuvante em pacientes que apresentam uma resposta abaixo do ideal (por exemplo, fezes continuamente moles) apesar das terapias-padrão.

O efeito do transplante de microbiota fecal sobre o microbioma intestinal

Figura 7. Esses dois gráficos mostram o efeito do transplante de microbiota fecal sobre o microbioma intestinal através do índice de disbiose (a) e da concentração de C. hiranonis (b) em um cão acometido por enteropatia crônica irresponsivo a outros tratamentos-padrão. Após o transplante de microbiota fecal, tanto o índice de disbiose como a quantidade de bactérias conversoras de ácidos biliares, C. hiranonis, normalizaram, e a qualidade das fezes melhorou em 2 dias. Aproximadamente 45 dias após o transplante de microbiota fecal, a qualidade das fezes voltou a piorar e o índice de disbiose aumentou; por isso, foi realizado um segundo transplante de microbiota fecal, resultando na melhora da qualidade das fezes. Como o dano estrutural subjacente permanece em muitos cães com enteropatia crônica, a disbiose costuma recidivar, sendo necessária a repetição frequente do procedimento.

Considerações finais

O microbioma intestinal desempenha um papel crucial na saúde do hospedeiro, e muitos animais com doença gastrointestinal desenvolverão disbiose, resultando em uma função microbiana anormal, o que pode contribuir para o aparecimento de sinais clínicos. O índice de disbiose é uma ferramenta diagnóstica útil para muitos casos, mas como pode haver várias causas subjacentes, é necessário adotar uma abordagem com múltiplas modalidades terapêuticas e, muitas vezes, de longo prazo para melhorar a composição da microbiota.

 

Comunicado

O autor trabalha no Texas A&M Gastrointestinal Laboratory (Laboratório Gastrointestinal da Universidade A&M do Texas), que oferece testes comerciais de microbioma.

Referências

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Jan Suchodolski

Jan Suchodolski

O Dr. Jan Suchodolski é professor associado em Medicina de Pequenos Animais, Diretor Associado de Pesquisa e Chefe de Ciências do Microbioma no Gastrointestinal Laboratory da Texas A&M University. Leia mais

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